
Quero meu tênis, minha camisa...
Você já reparou que na televisão ninguém usa tênis velho, roupa velha em geral? Que nas lojas há promoções de formas variadas, cheque, cartões, etc? E que, seja qual for o salário, somos a sociedade do consumo e mesmo aquele que teoricamente não poderia se vê tentando, quase obrigado a calçar ou a vestir a última novidade do mundo dos calçados ou das roupas?
As famílias brasileiras gastam, em média, 30% do orçamento mensal com habitação e moradia, 25% com alimentação e 15% com transporte, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. O resto se divide entre saúde e cuidados pessoais (12%), educação e cultura (8%), vestuário (5%) e despesas diversas (5%).
Isso significa que, para uma renda líquida de R$ 800,00, por exemplo, o normal é um gasto de R$ 240,00 com aluguel, R$ 200,00 com supermercado, R$ 120,00 com ônibus, R$ 96,00 com convênio médico, R$ 64,00 com estudos, R$ 40,00 com roupas e R$ 40,00 com outros gastos.
Ainda segundo esses cálculos, seria necessário um salário de 6 mil para que houvesse dinheiro suficiente para comprar um par de novos tênis que custasse R$ 300,00. Ou então, aquele que ganha 2 mil poderia comprar o tal tênis ou a tal roupa em 3 vezes sem juros, desde que ficasse 3 meses sem comprar nenhum par de meias.
No final, vestimos nossos brilhantes calçados e gastamos a sola deles indo pagar a conta de luz. Compramos a linda camisa e estragamos seu tecido economizando sabão em pó. Adquirimos coloridas maquiagens e cultivamos feições de tristeza olhando o extrato bancário.
Fechando o mês, não costuma sobrar nada. Rolamos nossas dívidas com nós mesmos e abrimos e mês seguinte no vermelho. Nos sentimos pressionados, pesados. Temos dores nos pés. Cansados, passamos em frente a uma vitrine anunciando tudo em 25 vezes sem juros. Estamos salvos!!!
2 comentários:
Apresentando a era: "Consumo, logo existo".
Sobre consumismo, segue um artigo muito bom do Frei Betto.
Leia isso:
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=23519
cade meu kichute?? hahaha
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